O Múltiplas Letras é o blog vinculado às atividades do PIBID promovidas pelo Curso de Letras da URCA. Além de servir como um canal de comunicação e divulgação, serão postadas informações relevantes para todos os interessados na área de Ensino e Aprendizagem de língua e literatura. O grupo é coordenado pelos professores Sandra Espínola, Lúcia Agra e Edmar Cialdine , possui 24 bolsistas e atua em 03 cidades da região do Cariri.

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terça-feira, 26 de junho de 2012

O QUE É ESCREVER (TD)


1.      O que é escrever? Como escrever?
Ao iniciarmos nossas atividades de redação neste volume, acreditamos ser oportuno um momento de reflexão sobre o ato de escrever e principalmente sobre as dificuldades que o envolvem.
      Como ponto de partida, colocamo-nos diante de duas questões fundamentais:
      - O que escrever?
      - Como escrever?
      No fundo, é o velho problema de conteúdo e forma, de idéia e palavra, de comunicação e expressão.

1.1. O que escrever:
O ato de escrever deve ser entendido como a etapa final de um longo processo de reflexão. Uma constatação óbvia: escrever é colocar uma idéia no papel; portanto, o primeiro passo é ter uma idéia. Por exemplo, dado um tema do tipo “O Brasil no Continente Antártico” – como foi solicitado no vestibular da FICB-DF -, o que poderia eu escrever se nunca parei para pensar nas possibilidades do Continente Antártico e muito menos na relação Brasil-Antártica? O que escrever se não tenho informações, dados, enfim, conhecimentos mais específicos? Quando muito, vou “encher lingüiça”!

1.2. Como escrever?
Uma vez ultrapassada a primeira a primeira fase do processo – ter idéias -, a questão que se coloca agora é como colocar essas idéias no papel, como encontrar a melhor forma de expressá-las. Os problemas vão desde o domínio de um vocabulário, passando por um razoável conhecimento de ortografia, pontuação, concordância e de outros requisitos gramaticais, para finalmente desembocar em algo muito pessoal, que é o estilo.
O produto final deverá ser um texto caracterizado pela correção, clareza, concisão e elegância ( esses itens figuram como síntese da redação “ideal” em concursos).
Mais umas palavrinhas: é comum, quando se fala ou se escreve sobre redação escolar, apontar apenas as dificuldades, ironizar erros, ridicularizar resultados: cria-se, dessa forma, um clima adverso ao ensino (melhor seria dizer prática) de redação nas escolas, além de se inibir a criatividade do aluno. Gostaríamos de inverter um pouco o processo, falar da satisfação de escrever um texto, de dar asas à imaginação. Afinal, comunicar-se é uma necessidade vital do ser humano; encontrar uma forma satisfatória de expressar uma idéia é sempre motivo de realização pessoal. O professor Mattoso Camara aborda um aspecto muito interessante: “a nossa capacidade de expressão do pensar e sentir tem de firmar raízes na nossa própria personalidade e decorre, em grande parte, de um trabalho nosso para desenvolver a personalidade”.

1.3. Ler para escrever
“A arte de escrever precisa assentar numa atividade preliminar já radicada, que parte do ensino escolar e de um hábito de leitura inteligentemente conduzido”. Poderíamos acrescentar, de forma mais radical: quem não lê não escreve! Vamos voltar a um ponto básico: escrever é, em última análise, colocar idéias no papel de forma organizada; ora, as idéias não surgem do nada, elas são fruto de processos de comunicação e de acesso a informações, seja vivenciando experiências, conversando (“traçando idéias”, como se diz popularmente), e lendo, lendo, lendo. Mas uma leitura inteligente, como realça o professor Mattoso Camara: uma leitura interativa em que o texto atua sobre o leitor e o leitor atua sobre o texto.
            É muito comum ouvirmos a seguinte frase: “Li, mas não entendi”. Não existe leitura sem compreensão; ler sem compreender é parar na primeira etapa do processo de leitura, ou seja, a etapa da decodificação do sinal gráfico. Ler é atribuir significado. Só assim ampliamos a nossa leitura de mundo.

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