O Múltiplas Letras é o blog vinculado às atividades do PIBID promovidas pelo Curso de Letras da URCA. Além de servir como um canal de comunicação e divulgação, serão postadas informações relevantes para todos os interessados na área de Ensino e Aprendizagem de língua e literatura. O grupo é coordenado pelos professores Sandra Espínola, Lúcia Agra e Edmar Cialdine , possui 24 bolsistas e atua em 03 cidades da região do Cariri.

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terça-feira, 26 de junho de 2012

EXEMPLO DE SONDAGEM PARA OS ALUNOS


SONDAGEM

NOME:___________________________________________ SÉRIE:________    

1.      Você tem o hábito de ler? O quê?
________________________________
2.      Qual a importância da leitura em sua vida?
________________________________
3.      Qual a sua maior dificuldade na hora de produzir um texto?
________________________________
4.      Que tipo de programa você gosta de assistir?
________________________________
5.      Que assunto você tem mais facilidade em discutir?
________________________________
6.       O que você acha do uso da internet na escola?
________________________________
7.      Com que frequência você elabora textos?
________________________________
8.      Como você costuma trabalhar a sua produção textual?
________________________________


 








MODELOS DE CAMISAS





O QUE É ESCREVER (TD)


1.      O que é escrever? Como escrever?
Ao iniciarmos nossas atividades de redação neste volume, acreditamos ser oportuno um momento de reflexão sobre o ato de escrever e principalmente sobre as dificuldades que o envolvem.
      Como ponto de partida, colocamo-nos diante de duas questões fundamentais:
      - O que escrever?
      - Como escrever?
      No fundo, é o velho problema de conteúdo e forma, de idéia e palavra, de comunicação e expressão.

1.1. O que escrever:
O ato de escrever deve ser entendido como a etapa final de um longo processo de reflexão. Uma constatação óbvia: escrever é colocar uma idéia no papel; portanto, o primeiro passo é ter uma idéia. Por exemplo, dado um tema do tipo “O Brasil no Continente Antártico” – como foi solicitado no vestibular da FICB-DF -, o que poderia eu escrever se nunca parei para pensar nas possibilidades do Continente Antártico e muito menos na relação Brasil-Antártica? O que escrever se não tenho informações, dados, enfim, conhecimentos mais específicos? Quando muito, vou “encher lingüiça”!

1.2. Como escrever?
Uma vez ultrapassada a primeira a primeira fase do processo – ter idéias -, a questão que se coloca agora é como colocar essas idéias no papel, como encontrar a melhor forma de expressá-las. Os problemas vão desde o domínio de um vocabulário, passando por um razoável conhecimento de ortografia, pontuação, concordância e de outros requisitos gramaticais, para finalmente desembocar em algo muito pessoal, que é o estilo.
O produto final deverá ser um texto caracterizado pela correção, clareza, concisão e elegância ( esses itens figuram como síntese da redação “ideal” em concursos).
Mais umas palavrinhas: é comum, quando se fala ou se escreve sobre redação escolar, apontar apenas as dificuldades, ironizar erros, ridicularizar resultados: cria-se, dessa forma, um clima adverso ao ensino (melhor seria dizer prática) de redação nas escolas, além de se inibir a criatividade do aluno. Gostaríamos de inverter um pouco o processo, falar da satisfação de escrever um texto, de dar asas à imaginação. Afinal, comunicar-se é uma necessidade vital do ser humano; encontrar uma forma satisfatória de expressar uma idéia é sempre motivo de realização pessoal. O professor Mattoso Camara aborda um aspecto muito interessante: “a nossa capacidade de expressão do pensar e sentir tem de firmar raízes na nossa própria personalidade e decorre, em grande parte, de um trabalho nosso para desenvolver a personalidade”.

1.3. Ler para escrever
“A arte de escrever precisa assentar numa atividade preliminar já radicada, que parte do ensino escolar e de um hábito de leitura inteligentemente conduzido”. Poderíamos acrescentar, de forma mais radical: quem não lê não escreve! Vamos voltar a um ponto básico: escrever é, em última análise, colocar idéias no papel de forma organizada; ora, as idéias não surgem do nada, elas são fruto de processos de comunicação e de acesso a informações, seja vivenciando experiências, conversando (“traçando idéias”, como se diz popularmente), e lendo, lendo, lendo. Mas uma leitura inteligente, como realça o professor Mattoso Camara: uma leitura interativa em que o texto atua sobre o leitor e o leitor atua sobre o texto.
            É muito comum ouvirmos a seguinte frase: “Li, mas não entendi”. Não existe leitura sem compreensão; ler sem compreender é parar na primeira etapa do processo de leitura, ou seja, a etapa da decodificação do sinal gráfico. Ler é atribuir significado. Só assim ampliamos a nossa leitura de mundo.

TEXTO EM INTERNETÊS (material didático)


Conselho sexual do dia
Publicado dia 13/06/2012
Poxa MR, tô com um problemão. Há algum tempo um amigo me apresentou uma gata na facul, só nos encontramos duas vezes. Depois de algum tempo ela pediu transferência, e eu só tinha o MSN dela. Ela me pareceu muito educada e gente boa pessoalmente, porém ela raramente me responde no MSN. Eis uma conversa nossa:
eu: oi
eu: td bem?
luiza: oi, td e vc?
eu: tbm
quevcta fazendo?
luiza:
vendotvevc?
eu: na net
oqvcta vendo na tv?
Oi
ta ai?
luiza: calma
bob esponja
eu: eu
to
calmo
legal
episodio novo ou reprisado
luiza: seila
eu: vc já viu?
luiza: tchau
eu: tchau..."
Como eu chego nela online pra convidar ela pra sair? 

Lucas - Rio de Janeiro - RJ

CONTO EM INTERNETÊS (material didático)


CONTO

UMA QUESTÃO DE LINGUAGEM
- Juremir Machado da Silva

-C ñ podia medescolá um trampo no CP, Ju?
- Não apito nada – respondi, usando uma linguagem que me pareceu estranhamente anacrônica, embora dois minutos antes ainda estivesse fresquinha na minha cabeça e ultrapassado fosse apenas um colega meu que fala “que pequena” toda vez que vê uma gatinha maneira”.
- Sei, Ju, mas vctrampa no CP, ñ trampa?
- Bem, acho que sim. Quer dizer, trampo (fiquei imaginando o mais-que-perfeito do verbo trampar).
- Então pq ñ faz + fprça pra me aju. Qro saí de ksa.
- Não entendi bem. Não podes escrever em português?
- Pô, Ju, já te flei pra naum c tiozinho.
- Tenho as minhas limitações.
- :-)
-Hummm...
- Tô 100%
- Por que não arranja um emprego?
- :-(
-Qual é?
- É isso. Qro um trampo.
- Não é comigo.
- Pqvcnaumxegou na hr q eu t flei?
- Pirou?
- C eh um kra irado, Ju, naum vacila.
- Não, não estou irritado nem irado, moça. Só não sei do que tu estás falando. Para mim tudo isso é grego.
- Naumflei q c tavairtdo. Flei q c eh irado.
- Chega dessa conversa fiada.
- Kd teu humor?
- Não tenho.
- Qro c akicmg.
- Isso não é chinês. É grego. Ou bula de penicilina. Acho que te falta superego ou uma terapia ocupacional.
- Naum saquei. Axo c tbenrldo.
- Qual é a profissão do teu pai?
- Advgdo.
- :-)
- C vai rapdo, kra!!! Irado!!!!!!
- Teu pai não te corrige quando tu usas esse internetês?
- Naum tem como. Ele usa data vênia em @.
- Ah.
- Ele eh mto 100 noção. Axo esse trampo do vlhodoidao.
- O velho é doidão?
- O trampo dele.
- Hummm...
- Adoro qd tu eh clro assim.
- Vai procurar a tua turma, fedelha.
- Pior eh o meu avô.
- Ah, bom! O que ele faz?
- Eh desembargador. Que trampo irado! Muito irado!!!!!!
- Tu és filha de advogado, neta de desembargador e pede trampo pra mim. Por que não trampa no Judiciário?
- Kra, agora naum dá +. Depois da súmula vinculante 13, o bixopgou. Naum tem + mole.
Qro um trampo no CP, Ju.

segunda-feira, 25 de junho de 2012

BLOGUINHO




(FONTE DO TEXTO)

Bloguinho é um garoto aficionado por Internet, que trará o “internetês”, a língua utilizada no mundo virtual (salas de bate-papo, ICQ, Messenger, E-mail, entre outros), para as histórias em quadrinhos. Ele é o irmão caçula do Teveluisão.
Logo na estréia, na revista Cebolinha nº 221 da Editora Globo, Bloguinho transforma as páginas da historinha numa grande salada de expressões “internéticas”, misturando às suas falas palavras como nick, chat, blz e emoticon, entre outras, até então de uso restrito dos internautas. Os personagens Cebolinha e Cascão, que foram os escolhidos para dar as boas-vindas ao Bloguinho, quase ficam malucos com tamanha novidade. Cebolinha acha a língua tão estranha, diferente e incompreensível que questiona se é grego. Cascão, querendo dar uma de amigo esperto, ainda responde: “Ai Cebolinha! Não me faça passar vergonha. Tá na cara que é francês!”Leia a historia aqui

CHARGES SOBRE INTERNETÊS (material didático)


MATERIAL SOBRE GÊNEROS APRESENTADO EM REUNIÃO


GÊNEROS TEXTUAIS: DEFINIÇÃO E FUNCIONALIDADE
LUIZ ANTONIO MARCUSCHI

GÊNEROS TEXTUAIS COMO PRÁTICAS SOCIO-HISTÓRICAS
  • Os gêneros textuais são fenômenos históricos, profundamente vinculados à vida cultural e social;
  • Os gêneros caracterizam-se muito mais por suas funções comunicativas, cognitivas e institucionais do que por suas peculiaridades lingüísticas e estruturais;
  • Embora os gêneros textuais não se caracterizem nem se definam por aspectos formais, isso não quer dizer que se despreze as formas. Em muitos casos são as formas que determinam o gênero e, em tantos outros serão as funções. Em outros casos ainda, será o próprio suporte ou o ambiente em que os textos aparecem que determinam o gênero.
NOVOS GÊNEROS E VELHAS BASES
  • As novas tecnologias, ou seja, a intensidade do uso das tecnologias e suas interferências nas atividades comunicativas diárias propiciaram o surgimento de novos gêneros textuais, formas inovadoras. Fato já notado por Bakhtin(1997) quando falava na transmutação dos gêneros e na assimilação de um gênero por outro gerando novos.
Exemplos: a) conversa -> telefonema b) bilhete -> carta -> e-mail
  • Os limites entre a oralidade e a escrita tornam-se menos visíveis, a isto chama-se hibridismo que desafia as relações entre oralidade e escrita e inviabiliza de forma definitiva a visão dicotômica.
  • Os gêneros híbridos permitem observar melhor a integração entre os vários tipos de semioses: signos verbais, sons, imagens e formas em movimento.
DEFINIÇÃO DE TIPO E GÊNERO TEXTUAL
  • É impossível se comunicar verbalmente a não ser por algum gênero, assim como é impossível se comunicar verbalmente a não ser por algum texto.
  • Esta visão segue a noção de língua como atividade social, histórica e cognitiva, privilegia a natureza funcional e interativa.
  • A língua é tida como uma forma de ação social e histórica e que, ao dizer, também constitui a realidade sem contudo cair num subjetivismo ou idealismo ingênuo.
  • Neste contexto os gêneros textuais se constituem como ações sócio-discursivas para agir sobre o mundo e dizer o mundo, constituindo-o de algum modo.
  • Para uma maior compreensão do problema da distinção entre gêneros e tipos sem maiores complicações técnicas Marcuschi trás uma definição que facilita bastante e que é defendida similarmente por outros autores como Douglas Biber (1988), Jean-Paul Bronckart (1999) entre outros:



  • TIPO TEXTUAL:
  • Definição: espécie de seqüência teoricamente definida pela natureza lingüística de sua composição(aspectos lexicais, sintáticos, tempos verbais, relações lógicas);
  • Abrange: Narração, argumentação, exposição, descrição, injunção;
  • São: Constructos teóricos por propriedades linguísticas intrínsecas
  • Constituem: Seqüências lingüísticas ou de enunciados no interior dos gêneros e não são textos empíricos

  • GÊNEROS TEXTUAIS:
  • Realizações lingüísticas concretas definidas por propriedades sócio-comunicativas;
  • Textos empiricamente realizados cumprindo funções em situações comunicativas
  • Abrange um conjunto aberto e praticamente ilimitado de designações concretas determinadas pelo canal, estilo, conteúdo, composição e função.
  • Exemplos de gêneros: telefonema, sermão, carta comercial, carta pessoal, romance, bilhete, aula expositiva, reunião de condomínio, horóscopo, receita culinária, lista de compras, cardápio, instruções de uso, outdoor, resenha, inquérito policial, conferência, bate-papo virtual, etc

TIPOS TEXTUAIS
  1. Constructos teóricos definidos por propriedades linguísticas intrínsecas;
  2. Constituem sequências linguísticas ou sequências de enunciados no interior dos gêneros e não são textos empíricos;
  3. Sua nomeação abrange um conjunto limitado de categorias teóricas determinadas por aspectos lexicais, sintáticos, relações lógicas, tempo verbal;
  4. Designações teóricas dos tipos: narração, argumentação, descrição, injunção e exposição.


GÊNEROS TEXTUAIS

  1. Realizações concretas definidas por propriedades sócio-comunicativas;
  2. Constituem textos empiricamente realizados cumprindo funções em situações comunicativas;
  3. Sua nomeação abrange um conjunto aberto e praticamente ilimitado de designações concretas determinadas pelo canal, estilo, conteúdo, composição e função;
  4. Exemplos de gêneros: telefonema, sermão, carta comercial, carta pessoal, romance, bilhete, aula expositiva, reunião de condomínio, horóscopo, receita culinár

ESCREVER BEM (material didático)


UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI-URCA
PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSA DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA-PIBID
CURSO DE LETRAS

COMO ESCREVER BEM?

A habilidade de escrever pode ser adquirida com a prática por meio do estudo e do trabalho sistematizado. Num texto bem escrito, 10% é inspiração e 90% é transpiração. A produção escrita alicerça-se num leque de atividades cognitivas que pressupõem operações de seleção, organização, composição, verbalização, sujeitas ao funcionamento interativo das componentes de planificação, redação e revisão.

Como se trabalha com idéias?
Usando a palavra.
O texto é o meio primordial de transmissão de idéias por intermédio de signos.
O que preciso saber para escrever bem um texto?

Definição do tema:

a) Conhecimento prévio
  • associação de ideias afins
b) Apoio de outros suportes
  • dicionários, textos sobre o tema
c) Organização e método
  • usar uma ordenação familiar (numerais seguidos de letras, por exemplo)
d) Identificação do receptor

Estrutura textual:

  • Estrutura lógica do texto:

INTRODUÇÃO à DESENVOLVIMENTO à CONCLUSÃO

Tipos de texto:
  • Descrição
  • Narração
  • Dissertação
Descrição
  • Forma verbal de se retratar um objeto, pessoa ou paisagem. O texto descritivo possui enorme riqueza de detalhes e informações que particularizam o objeto descrito. É um texto figurativo. Descreve características das pessoas e das coisas. Não tem preocupação em analisar, até pode, mas isso não é fundamental. Apresenta, expõe uma visão de algo ou algum fato.
Narração
  • Tipo de texto usado para contar uma história. Elementos principais do texto narrativo: ação, personagem, espaço, tempo, enredo e narrador. É um texto que supõe uma sequência. Baseia-se, geralmente, num enredo e aponta o início, meio e fim, mesmo que esta não seja a ordem estabelecida.

Dissertação
  • Consiste numa exposição e desenvolvimento de idéias a respeito de um determinado assunto. É preciso dominar o assunto, possuir argumentos fundamentados e uma boa colocação de ideias. Baseia-se na argumentação; é um texto argumentativo. Parte de uma ideia, tema. Tem como dever: expor, analisar, explicar, criticar, classificar, defender.

Tipos de raciocínio num texto argumentativo:

Indutivo do particular para o geral
Dedutivo do geral para o particular

Técnicas argumentativas
1. Argumentos sustentados por uma citação de alguém que já escreveu sobre o assunto.
2.Argumentos por comprovação, que são sustentados por fatos reais ou dados competentes.
3.Argumentos por raciocínio lógico, que são sustentados por uma relação de causa e consequência; tentam persuadir o leitor a partir da relação entre as ideias.
4.Argumentos por comparação e/ou contraste.

Elementos qualificadores do texto dissertativo

  1. Concisão: O texto conciso é aquele que transmite um máximo de informações com um mínimo possível de palavras sem prejuízo da compreensão.
  2. Coesão: União entre as partes de um todo, conexão.
  3. Coerência: Resultado da presença de coesão entre as idéias expressas no texto e da perfeita ligação entre a idéia principal e as secundárias.
  4. Unidade: Elemento que garante a lógica entre as partes.

Atividade
Escreva uma dissertação baseando-se no esquema abaixo (30 – 40 linhas).
Assunto: O pensamento crítico

  • Delimitação do assunto: A importância do pensamento crítico.
  • Objetivo: Mostrar o que acontece nos países em que a sociedade já adquiriu um pensamento crítico e por que motivo no Terceiro Mundo não existe essa preocupação.
  • Nova delimitação do assunto: O pensamento crítico no Primeiro Mundo e no Terceiro.
  • Introdução: Ressaltar em que aspectos é importante o pensamento crítico.
  • Desenvolvimento
  • Conclusão: Reafirmação de que o pensamento crítico é importante para um país.

Recursos: Para realizar esta tarefa é possível discutir este assunto na sala de aula, ler textos referentes à temática.

Ficha autocorretiva
Ao escrever o meu texto...
...comecei por apresentar aquilo que foi objeto do assunto a tratar?
...exprimi as minhas opiniões?
...fundamentei-as com argumentos sólidos?
...mostrei a minha adesão pessoal ou o meu desagrado em relação àquilo que tratei?
...utilizei...
...pontuação correta?
...linguagem adequada ao tema que tratei, valorativa ou depreciativa?
...recursos expressivos, como a comparação, a hipérbole, a adjetivação, etc.?


O QUE DEVO SABER PARA ESCREVER BEM?

Ler

Os Cinco Pecados da Composição

  • Ordenação de idéias: A falta do hábito de escrever leva a que muitas vezes o texto fique sem encadeamento e pode ficar incompreensível. O que sucede é que o aluno parte de uma idéia para outra sem critério, sem ligação.
  • Coerência e coesão: A falta de coerência ocorre com frequência nos textos dos alunos. Apresentam um argumento para contradizê-lo mais adiante. Já a redundância denuncia outro erro bastante comum: falta de coesão. O aluno dá voltas ao assunto, sem acrescentar dado novo. É típico de quem não tem informação suficiente para compor o texto.
  • A inadequação: É um tipo de erro capaz de aparecer inclusive em textos corretos na gramática e ortografia e coerentes na estrutura. Nesse caso, os alunos costumam fugir ao tema proposto, escolhendo outro argumento, com o qual tenham maior afinidade. O distanciamento do assunto pode custar pontos importantes na avaliação
  • Estrutura dos parágrafos: Normalmente os alunos têm dificuldades em organizar o texto em parágrafos. Sem a definição de uma idéia em cada parágrafo, o texto fica mal estruturado. Um erro muito comum é cortar a idéia num parágrafo para concluí-la no seguinte. Muitas vezes deixam o pensamento sem conclusão.
  • Estrutura das frases: Erros de concordância nos tempos verbais, fragmentação da frase, separar o sujeito de predicado, utilização incorreta de verbos no gerúndio e particípio são algumas das falhas mais comuns nos textos dos nossos alunos. Esses erros comprometem a estrutura das frases e prejudicam a compreensão do texto.

NÃO POSSO ESQUECER

Avaliação

  • Fazer uma primeira apreciação global do texto, detendo-se nos aspectos globais. Ver se não houve fuga ao tema; se o texto está correto do ponto de vista gramatical, se está coeso e coerente, etc.
  • Fazer uma avaliação analítica do trabalho e observar os seguintes aspectos específicos: estrutura e conteúdo. Estes itens estão associados a aspectos relativos à organização do texto e à relação entre forma e conteúdo (clareza, consistência, caráter dissertativo, criticidade, qualidade estilística, autonomia, estrutura do parágrafo, coesão textual, competência da argumentação).
  • Avaliar também a expressão: quantificar os erros gramaticais, em aspectos como ortografia, pontuação, concordância e adequação e precisão do vocabulário.


[TIRINHA DO GARFIELD INDISPONÍVEL]





Veja o mundo com outros olhos

Observe a tira abaixo:


O Garfield fez a sua "maior viagem" com os óculos do conhecido pintor. Imagine que você encontrou os óculos de uma personalidade conhecida mundialmente. Coloque os óculos, abra a janela e descreva o que você vê lá fora (sua rua, sua cidade, seu país ou uma realidade subjetiva). Não deixe de contar, no seu texto, de quem são os óculos que você encontrou.


PRODUÇÃO TEXTUAL (material didático)


PRODUÇÃO TEXTUAL



Freqüência em redigir: para aprender a redigir é preciso escrever com freqüência. Requer treinamento constante, tempo e disciplina.

Frequência em ler x frequência em escrever: a freqüência da leitura traz um efeito mais forte sobre o desenvolvimento da escrita do que a freqüência da escrita.

Processos de composição de bons e maus redatores:

  1. Planejamento: os que redigem bem planejam mais, seus planos são mais flexíveis, seguem uma ordem linear (planejamento, esboço do texto em rascunho e revisão)
  2. Releitura durante a elaboração do texto: os bons redatores fazem mais pausas durante a escrita e relêem seu texto com mais freqüência, para manter o senso de totalidade, fazer adequação e identificar o que precisa ser reformulado. – O redator opera em pelo menos 4 níveis estruturais: texto, parágrafo, frase, palavra.
  3. Revisão: focalizam mais o conteúdo (os aspectos macroestruturais), voltando-se para o significado do que estão escrevendo. Usam a revisão para inventar, acrescentar mudanças de conteúdo, e reorganizar ao longo da composição. – o primeiro rascunho tem a função de encontrar a linha do argumento. Os seguintes ajudam a criar o significado.
  4. Consciência da audiência: levam em conta sei leitor, pensando no efeito que pretendem causar, no conhecimento prévio que eles precisam ter e quais os interesses do leitor. – sabem converter a “escrita centrada no redator” em “escrita centrada no leitor”.


LINGUAGEM DE INTERNET E CELULAR (material didático)


SEÇÕES ON-LINE
Perguntas & Respostas
Março de 2009
LINGUAGEM DE INTERNET E CELULAR

Um estudo realizado no ano passado por um professor universitário na Austrália revelou que os jovens, se têm facilidade para escrever mensagens de maneira abreviada, podem não ter tanta habilidade assim para lê-las. Quase metade dos 55 estudantes envolvidos demorou duas vezes mais para ler do que para escrever mensagens do tipo “Vc q tc?”. Por que então a linguagem simplificada virou praxe entre quem usa a internet e costuma mandar mensagens de texto pelo telefone celular? A professora Maria Teresa de Assunção Freitas, da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), sugere algumas possibilidades. Ela é autora do livro Leitura e Escrita de Adolescentes na Internet e na Escola.
2. Onde e por quem essa linguagem abreviada é mais usada?
Os principais autores da escrita simplificada são os jovens e, entre eles, os adolescentes. Eles fazem uso desse tipo de linguagem no celular e na internet, especialmente em canais de relacionamento, como o Orkut e o MSN. “Mas essa linguagem teve início nos chats”, afirma a professora Maria Teresa, que já realizou uma pesquisa na área, também começando pelas salas de bate-papo virtuais. Nos e-mails, segundo ela, a escrita abreviada tem menos lugar porque se trata de um meio de comunicação assíncrono, ou seja, a informação é enviada em intervalos irregulares: uma pessoa envia uma mensagem para outra, mas não sabe quanto terá uma resposta. É um ritmo parecido com o da tradicional troca de cartas. No celular, a linguagem abreviada fica restrita aos torpedos, que são escritos.
3. Por que essa linguagem tem mais adeptos entre os adolescentes?
Os adolescentes têm grande facilidade de se adaptar aos símbolos de um novo código, pelas características da própria idade. Não é de hoje que colegas de escola trocam bilhetinhos durante a aula. Longe das vistas do professor, trocam papéis amassados ou dobrados - se é que hoje não o fazem por celular ou mesmo pela internet, nos colégios onde o computador é instrumento de ensino. É próprio do adolescente criar código. No celular, porém, a adesão à linguagem simplificada é maior, devido à dificuldade de digitar no pequeno teclado do aparelho telefônico. Jovens adultos e adultos também vêm passando a utilizá-la.
4. Isso já acontecia antes em outros meios?
Sim, mas de modo diferente. O telegrama é um meio de comunicação que faz uso da linguagem abreviada, mas segue um código mais formal, mais atento às regras ortográficas cultas. Não é usual, por exemplo, trocar “assim” por “axim” ou “endosso” por “endoço”. O telégrafo, aliás, chegou a fazer uso do Código Morse, que, com pontos e traços, facilitava a transmissão da mensagem. O texto era transmitido de forma codificada pelo telegrafista, que se colocava como intermediário entre emissor e receptor. Depois, a mensagem era transportada por navio, trem ou avião (mais tarde). Nas conversas pela internet ou pelo celular, essa figura não está presente, o que permite uma maior intimidade entre as partes envolvidas no diálogo. Além disso, a escrita da internet está contaminada pelos ares de sua época: ela é uma forma própria ao suporte em que se deita. “O contexto gera formas novas de utilizar a linguagem”, afirma a professora Maria Teresa.
5. A escrita abreviada e simplificada prejudica a compreensão?
Quando duas pessoas dominam o mesmo código, não costuma haver dificuldade na troca de mensagens. Mas uma pessoa que nunca empregou uma linguagem como a que os adolescentes usam na internet pode achá-la uma loucura à primeira leitura. “Pais e mães podem pensar que é uma escrita errada, quando não é: é uma escrita feita para um suporte próprio, adaptada para uma determinada situação. Não há erro de ortografia, embora essa linguagem desobedeça à regra culta”, defende Maria Teresa. Dentro daquele sistema, explica a professora, a substituição de “ss” por “ç” faz sentido e não representa um erro. É claro também que, como demonstrou a experiência realizada na Austrália, pode haver maior dificuldade em ler a mensagem em voz alta do que escrever de maneira reduzida - especialmente se quem lê em voz alta não domina bem o código que está lendo.
6. Há padrões de escrita para internet e celular?
A linguagem abreviada, especialmente a da web, segue os padrões da oralidade. Ela substitui uma conversa ou um bate-papo. “O interlocutor está presente e em tempo real, apesar da distância”, diz Maria Teresa. “Para andar mais rápido, se escrevem oxítonas com acento agudo sem acento e com ‘h’ no final, como ‘cafeh’, e se firmam acordos tácitos para uso de determinadas palavras, como ‘vc’ em vez de ‘você’ ou ‘tc’ em vez de ‘teclar’.” Outros elementos que fazem parte desse sistema são as representações de emoção, geradas para compensar a ausência física do interlocutor: "risos", "rs", "eheh", ":)", ":(", "[]", etc. Há diversas fontes na internet, como sites específicos e, o próprio MSN, onde usuários dessa linguagem podem copiar símbolos ou emoticons para depois usá-los em suas mensagens.
7. Essa escrita vicia?
Muitos adolescentes ouvidos por Maria Teresa, em sua pesquisa, demonstraram saber separar as coisas. “Eles sabem que na escola não podem escrever da mesma forma que na internet”, diz ela. “Essa linguagem é um gênero novo de discurso, e os usuários sabem disso, sabem que é algo diferente do que está no livro ou em outro lugar.” Para a professora, uma prova de que os adolescentes sabem separar as coisas é que, quando o canal de filmes pago Telecine criou a sessão Cyber Vídeo, com legendas que se apropriavam do internetês, houve uma forte reação dos próprios adolescentes contra o método. “Eles diziam que não era linguagem própria para o cinema, que era linguagem de internet.” Dirigida ao público teen, a experiência do Telecine não foi mesmo para frente: estreou em 2005 e já no ano seguinte saiu do ar.
8. Essa linguagem pode modificar a língua que falamos?
É possível que essa linguagem venha, no futuro, a modificar a língua que falamos. Já começamos a incorporar, no português do Brasil, os termos da informática e da internet, como "deletar", "caps lock", "control+c", "control+v", "control+z". Há muita gente rindo em voz alta como na web: “eheheh”. “A língua é uma coisa viva, porque falada. Só a língua morta, como é o caso do latim, permanece estática. Há palavras do português que sumiram, enquanto outras foram incorporadas. A língua é dinâmica, se transforma sempre”, diz Maria Teresa.
9. A internet faz o adolescente ler menos?
Pelo contrário. A pesquisa da professora da UFJF mostra que a internet está levando o adolescente a ler e a escrever mais. O texto escrito foi redescoberto como forma de comunicação, e a leitura ganhou novos formatos. Há uma espécie de letramento digital. “A leitura é hipertextual: baseada no hipertexto, na utilização de links. Cada um faz a sua leitura, não precisa ser linear, enquanto o livro é geralmente linear”, pondera ela. Em resumo, no meio digital o leitor tem mais autoria na leitura - ele faz o seu próprio percurso, a sua seleção. E lê de maneira prazerosa, lúdica. “Isso é capaz de aproximar o adolescente da literatura. Há sites em que eles escrevem poesia, até de modo coletivo, e outros onde podem baixar e-books.”
10. Exemplos da linguagem da internet
A "linguagem" da internet também fornece informações sobre o estado de espírito de quem escreve. Confira algumas amostras.
 
EMOTICONS
Sorriso
:-)(-::)=):o)
Muito feliz (ou sorrindo muito)
:-D
Triste ou indiferente
:-((:-(:-c:-<:-((((:-t:-/
Sem expressão ou entediado
:-|:-I
Surpreso ou de boca fechada
:-X
Boca fechada (sem dizer uma palavra)
:-v
Pensando ou assimilando
:-I
Gritando
:-O:-@
Chorando
:,-(:'-(
Diabólico ou travesso
]:-)>):-)
Piscando o olho
;->;-);)'-)
Beijo
:-x:-*
De óculos
8-]8-)B-)
Mostrando a língua
:-J:-p
Bobo
:-B
Bocejando
|-O
Assoviando
:-"
Abraço
((( )))[]'s
Rosa
@->-





ACRÔNIMOS
Riso
rs (abreviação de 'risos') ou kkkkkk
Gargalhada
lol (iniciais de "laughing out loud", ou "rindo muito", em português)
Pensando ou assimilando
hmmm ou huuum
Logo que der
asap (inciais de "as soon as possible", ou "assim que possível", em português)
Já volto
bbs (inciais de "be back soon", ou "volto logo", em português)





ABREVIAÇÕES
beleza
blz
se
c
que
q
quando
qd ou qdo
também
tb, tbm ou tbém
tudo
td
você
vc





EXEMPLOS DE UMA ORTOGRAFIA PARTICULAR
achar
achar
assim
axim
é
eh
então
entaum
coloquei
koloqei
como
komo
amigo
miguxo
não
naum
nunca
nunk
chegar
xegar
qual
Ql
quis
Qz
você
voxê ou vc
vocês
v'6s ou vcs
soh

Fonte: Microsoft (fabricante do MSN Messenger) e Maria Teresa de Assunção Freitas, professora da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e autora do livro Leitura e Escrita de Adolescentes na Internet e na Escola